O Dia da Independência do Brasil você já conhece, mas será que você sabe os detalhes dos bastidores? Continue em nosso post para descobrir todos os mitos que lhe foram contados na época da escola de uma forma divertida que você nunca imaginou
Como era o Brasil antes de 1500?
Antes mesmo dos portugueses chegarem, o Brasil era habitado por índios de origem Tupi e Guarani.
Enquanto os Tupis ocupavam a região costeira que se estende do Ceará a Cananeia (SP), os Guaranis espalhavam-se pelo litoral Sul do país e a zona do interior, na bacia dos rios Paraná e Paraguai.
Já, em outras regiões encontravam-se outras tribos, chamados de tapuias, palavra tupi que designa os índios que falam outra língua.
Muito antes dos portugueses, a vida dos índios já não era fácil. As tribos viviam estado de guerra ininterrupta, por terra, por rios, por vingança, por motivos religiosos e mais.
No ano 1000, junto ao mar vivia uma tribo que levava uma vida mansa, sem preocupações. Até que um dia, sem que ninguém esperasse, chegaram os conquistadores.
Eles falavam uma língua estranha, usavam armas melhores e não tiveram dó dos derrotados: queimaram suas aldeias, mataram seus guerreiros e escravizaram mulheres e crianças.
Quem conseguiu fugir teve de ir para bem longe da praia, para nunca mais voltar e foi assim que, por volta do ano 1000, os tupis se tornaram os donos do litoral.
Os ancestrais dos tupis vinham de onde hoje é Rondônia, onde se diferenciaram da concorrência graças à agricultura de coivara, baseada em queimadas periódicas. Chegando lá, expulsaram para o interior os antigos residentes que receberam apelido de tapuias (em tupi, selvagens).
Brasil de Pedro Álvares Cabral
Cabral chegou com seus homens no dia 22 de abril após uma viagem de 44 dias a rumo da Índia que por um desvio de rota causado por uma tempestade, o navio parou em em Porto Seguro, no litoral sul da Bahia.
Estima-se que em 1500 houvesse cerca de 2 a 5 milhões de indígenas habitando o Brasil. Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do extrativismo e da agricultura.
“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse as vergonhas”, “Traziam nas mãos arcos e setas.” descreveu o escrivão Pero Vaz de Caminha na famosa carta do “achamento do Brasil” para ser entregue nas mãos do rei Dom Manoel I.
Ilha de Vera Cruz foi o primeiro nome dado ao Brasil por Pedro Álvares Cabral. Antes, os índios chamavam de Pindorama. O rei Dom Manuel I chamava de Terra de Santa Cruz.
Os indígenas desconheciam a escrita e não deixaram documentos sobre o próprio passado, então Cabral colonizou os índios com o catolicismo e ensinaram eles a se comunicarem em sua língua.
Durante os primeiros anos do Descobrimento, os nativos foram tratados “como parceiros comerciais”, já que os interesses portugueses era o comércio do pau-brasil.
No entanto, com o passar do tempo e a crescente necessidade de mão-de-obra dos senhores de engenho, essa relação sofreu alterações.
Na década de 1530, o Brasil passou a ser conhecido como Colônia do Brasil do Reino de Portugal. Com a instalação do Governo Geral, em 1549, intensificou-se a escravidão dos indígenas gerando conflitos.
Brasil Império
A Corte do rei Dom João VI fugiu da invasão das tropas francesas de Napoleão Bonaparte em Portugal e se instalou no Brasil com sua Corte em 1808.
Assim sendo, o Brasil deixou de ser colônia e passou a integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, nome oficializado somente em 1815, fato este que mudou a história do país.
D. João viveu no Rio de Janeiro até 1821 e nunca mais nada foi igual. Ele autorizou o funcionamento de indústrias e a abertura dos portos, dessa forma o país agora tinha liberdade para comerciar com outras nações. Ele também fundou escolas, criou o Banco do Brasil, a Imprensa Régia, a Casa da Moeda, a Faculdade de Medicina e o Jardim Botânico.
No dia 22 de abril de 1821, D. João nomeou seu filho D. Pedro príncipe regente da parte brasileira, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Em 26 de abril de 1821, o rei D. João 6° se viu obrigado retornar à Portugal a pedido dos militares e da população lusitana com a expulsão dos franceses para a elaboração de uma nova Constituição para o Reino de Portugal. Esse período é conhecido como Revolução Liberal do Porto.
A Maçonaria envolvida na Independência do Brasil
Dom Pedro permanece no Brasil cercado de homens de bem: Maçons, que constituíam a elite pensante e econômica da época, tendo como amigo, ministro e conselheiro o José Bonifácio de Andrada e Silva.
O ano de 1821 foi abalado por discussões nas Côrtes de Lisboa que desejavam a volta do Brasil à condição de Colônia de Portugal. Com a resistência dos brasileiros, os portugueses começam a exercer maior pressão, obrigando então o príncipe a regressar a Portugal, como o pretexto de concluir seus estudos.
Você já imagina que ia dar ruim deixar o Brasil sem representante legítimo, né? Mas os maçons mudarão o destino do país.
Em 9 de janeiro de 1822 foi declarado o Dia do Fico. Conhecido pelo momento da história do Brasil em que D. Pedro I declarou que não cumpriria as ordens das Cortes portuguesas, que exigiam sua volta a Lisboa e decidiu ficar no país após pedido da população.
A ação foi realizada pelo Partido Brasileiro, liderada por José Bonifácio, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira para garantir os privilégios da elite brasileira e a autonomia do país, impedindo que o Brasil voltasse a ser colônia.
Para isso, foi preciso juntar 8 mil assinaturas da população e levar ao príncipe que pronunciou a frase “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico.”
O dia marcou a adesão do príncipe aos ideais libertários e colaborou com a luta pela Independência do Brasil, que se concluiu no dia 22 de abril de 1822, como todos temos conhecimento.
Os bastidores da Independência do Brasil
Se você chegou até aqui é porque estava curioso para saber mais detalhes sobre as curiosidade abordadas no post em nosso Instagram. Como diz o ditado, nem tudo que reluz é ouro.
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Nossa independência foi conquista por uma mulher: D. Leopoldina, esposa de D. Pedro. Nomeada Chefe de Estado e princesa interina, convocou no dia 2 de setembro o Conselho de Estado no Rio de Janeiro e assinou um decreto declarando o Brasil oficialmente separado de Portugal;
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Dizem por aí que D. Pedro estava na casa de sua amante, Domitila de Castro, também conhecida como Marquesa de Santos, quando recebeu a carta de sua esposa e precisou retornar a São Paulo. Então, Domitila serviu-lhe como jantar uma mariscada que posteriormente viria a gerar cólicas e mal-estar intestinal no Dia da Independência;
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Nunca existiram cavalos brancos, na verdade, os animais utilizados na época para subir a serra eram jumentos e mulas;
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Os trajes utilizados não eram uniformes luxuosos de oficiais como conhecemos nas imagens dos livros de história na escola. Provavelmente eram trajes simples, empoeirados e sujos de tropeiros, contando com o fato que o príncipe voltava de uma viagem do Rio de Janeiro que durou cerca de 6 dias;
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O Grito de Liberdade não ocorreu no córrego/riacho do Ipiranga. Na verdade, aconteceu no alto da colina, próximo ao rio, devido ao transtorno estomacal de D. Pedro. Inclusive, ele precisou parar para correr ao mato e se aliviar momentos antes de proclamar a Independência do país. Um chá de goiabeira aliviou a diarreia do futuro imperador brasileiro;
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A pose heroica do príncipe também nunca ocorreu, foi uma impossibilidade da diarreia;
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O grito “Independência ou Morte” nunca aconteceu. Houve um discurso bem maior e a frase teria realmente sido criada pelo próprio imperador, mas em cartas enviadas a outras províncias, buscando apoiar o nacionalismo e conseguir apoio político para o governo;
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Os livros afirmam que D. Pedro estaria cercado com sua Guarda Imperial, mas na verdade eram apenas meia dúzia de soldados que não formavam Guarda Imperial alguma, já que a mesma não existia;
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Você sabia que o hino já estava pronto quando a independência foi proclamada? Foi escrito em 16/08/1822 por Evaristo da Veiga, com música de Marcos Portugal, um músico famoso na Europa que havia sido contratado para ser o compositor oficial da corte. Porém, mais tarde, D. Pedro I criou uma nova melodia e a versão de Marcos Portugal foi substituída;
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A data 7 de setembro passaria a ser oficial com a República. Pois antes, comemorava-se em 12 de outubro, data do aniversário de D. Pedro;
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O quadro da Independência, foi produzido pelo artista Pedro Américo, na Itália em 1888. Foi um pedido de D. Pedro II para recuperar a imagem do Império. Na época, era muito comum essas encomendas serem “maquiadas” com fatos que não ocorreram, como o cavalo, as tropas e o uniforme.